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  • Foto do escritorCelma Pinto S Póvoa

Crônica O poder da função

Atualizado: 29 de nov. de 2021


Na era digital. Uma nova ordem.


Na Fossa das Marianas no pacífico, o mar profundo apresenta o maior bioma do planeta. Um conjunto de vida vegetal e animal. Nessa grande comunidade estável e desenvolvida, habitam os polvos moluscos marinhos (oito pés) têm ventosas dispostas em volta da boca.


Em um corpo mole não possuem o equivalente a um esqueleto interno. Possuem oito braços fortes.


Nessa comunidade, região de grandes profundidades, vivem peixes abissais: tubarões, peixes-dragões, peixe-ogro, peixe-astrônomo, peixe-víbora do pacífico entre outros.


Li na revista National Geographic. Certamente você já leu sobre a parte da terra coberta de água. Aqui você vai conhecer Pan um Polvo que almeja ser o maior cientista de todos os mares e oceanos.


Para um Polvo conhecer o outro lado, era necessário um Marco e um Passaporte. Sonhava viajar até o Oceano Ártico e estar exatamente em um plano vertical, paralelo ao eixo de rotação que por convenção divide o globo terrestre em ocidente e oriente.


Importante linha meridional imaginária. O Meridiano de Greenwich, também já chamado de Marco Zero. Um marco para contagem do primeiro dia do ano e os fusos horários mundiais.

Para os Polvos, este assunto instigavam-no a buscarem mais, pesquisarem mais, aprofundarem mais. Todavia, era uma linha de pensamento desde os seus ancestrais. Todos tinham o mesmo desejo. Pan era obstinado a realizar o sonho de seus antepassados.


Estar em um ponto zero, um ponto neutro era o mesmo que entrar em êxtase. Sentir o exato e pesquisar o futuro, a melhoria para sua comunidade.


Todo mundo sonha com o extraordinário. Pan sonhava estar em Greenwich, conhecido também de meridiano principal. Acredita que estudando possibilita melhoria de vida para seu habitat.


Esses eventos movem oceanos, terra e ar. Os Polvos crescem observando os mais experientes peixes dotados de conhecimentos profundos. É questão de sobrevivência e honra.


O polvo muito maleável aproveita a vida mar afora. Faz acrobacias, sobe, desce, gruda em paredes de corais. Brinca de fazer sombras com suas ventosas para plateia. Peixinhos que se encantam com milhares de possibilidades. Têm muitos braços. Solta tinta ao seu redor, muda de cor, se camuflava. Cresceu feliz.


Ao nascer recebem orientações de como cuidar de si. Crescerem fortes serem independentes. Cuidarem dos tentáculos e os braços como sendo a riqueza que têm. Sabiam que para se defenderem cada braço e cada pé possuem seus valores. Enfrentavam batalhas diárias com os peixes abissais famintos.


O Peixe-Astrônomo que conheceu o outro lado oceânico em pesquisas astronômicas os orientavam sobre a importância do conhecimento. Era um professor marítimo. Todos ouviam encantados. Muita sabedoria. No fundo do mar as comunidades se organizavam em regras.


Todo peixe que retirava seu passaporte e atravessava o desconhecido voltavam cheios de informações valiosas, brilhavam de felicidade. Contagiante, espalhavam alegria para todos.

Era estimulante.


A mãe Polvo ensinavam seus filhos que todos podem conhecer as profundezas, o conhecimento científico, o senso comum. Sabe que para aprenderem precisam sair da barra de seus tentáculos.


Dizia: Cuidem dos braços, dos pés, cada um deles tem um papel fundamental para a vida de vocês. São as defesas na vida oceânica.


Ela dedica cem por cento do seu tempo em cuidado e amor.

Para se tornarem astrônomo como o peixe professor os Polvos precisam de Passaporte um documento que identifica o viajante em outros países.


Feliz com a decisão do filho de alçar braçadas fortes na a intenção de trazer novas experiências científicas para a comunidade, o apoia. A mãe polvo sabia das regras aquáticas.


Um certo dia passando por as Barreiras Federais próximo as ilhas oceânicas de Serviços à Comunidade SAC, dirigiu-se ao posto de atendimento e questionou sobre a possibilidade de retirar o documento do seu filho. Afinal, um cientista estuda para melhorar a vida de todos. Algo descoberto por ele beneficia toda uma sociedade.


Na entrada certificou-se. Estava no lugar certo. Após passar por um portal, seguiu a esquerda para informações. Ao ler o banner percebeu que ali era o local ao qual seu filho o havia orientado.


Enquanto espera por sua vez, observa o senhor ao qual vai se dirigir para informações.

Ele o Peixe-Dragão, vestia uma camisa vinho, voltada para o tom sangue de boi. Continha em sua beleza genuína um ar de Peixe-Dragão muito sábio.


Era alto pela estatura observada, sentado no trono do poder da função era possível perceber que media mais ou menos dois metros de altura. Grisalho já não mais havia em sua cabeça somente o tom em ausência de cores. O branco já tomava conta do espaço do crânio.


Aposta de documentos. Perguntou?

- Bom dia,

- Com sua licença, Senhor Peixe-Dragão,

- Posso retirar o documento do meu filho?

- Aqui estão nossos documentos de identificação.


O poderoso Peixe-Dragão com uma áurea de domínio ao seu posto de trabalho, olhou em direção as pupilas dos olhos da senhora Polvo se agasalhou bem em seu espaço de poder e perguntou?


- Quantos anos tem seu filho?

- Duas décadas e alguns anos.

Soltando fogo pelas ventas, respondeu:

- A senhora vai, corta o pé do seu filho e volta com o pé dele para eu poder te entregar o Passaporte.


Eram nos pés que localizavam as digitais...


Recebeu um novo ordenamento.


A mãe surpresa com a resposta e a imposição da ordem, em milésimos de segundos, fez uma interpretação dos sonhos em controle aos seus instintos. Visitou a face inacessível e os mistérios de sua mente.


Seu cérebro não se aquietava imaginando a sena cortando o pé, o sonho almejado pelo seu filho Pan ao longo de toda uma vida.


Saindo do momento de inconsciência percebeu que essa ordem para seus princípios é tudo ou nada. Apropriando-se do que é real. Não obstante. Agradeceu e saiu em disparada.


Luís Eduardo Magalhães, Bahia – Brasil, 04 de julho de 2021.

Celma Pinto dos Santos Póvoa



Créditos de imagem

https://www.google.com/search?q=foto+de+peixe+drag%C3%A3o&rlz=1C1GCEA_enBR910BR910&sxsrf=ALeKk00lF5oPjjWRzlDtOdxCLDlbuIaddw:1625403302809&tbm=isch&source=iu&ictx=1&fir=0G75t_zHHmvKdM%252CrrAoC8s87tGiVM%252C_&vet=1&usg=AI4_-kQr6dia44-pCEcQdc42A4OWqRfN5A&sa=X&ved=2ahUKEwiezeuTu8nxAhV1rJUCHcyED_QQ9QF6BAgIEAE&biw=1024&bih=625#imgrc=0G75t_zHHmvKdM

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