TRINDADE
BASAL DA FÉ
Passando por Goiânia Viva, Rodovia dos Romeiros, muito ar fresco, muitas paisagens, encontra-se um lugar que emana a certeza das coisas que não se veem.
Envolvida e protegida pelos municípios, Santa Bárbara de Goiás, Avelinópolis, Caturaí, Goianira, Goiânia, Abadia de Goiás, Guapó e Campestre de Goiás. Centro-Oeste do país.
Conforme a literatura foi assim:
Um casal e muita fé.
Orvalho caindo, terra fértil. Um lindo lugar para morar chamado Arraial das Campininhas das Flores.
Feliz e promissor, Joaquim constituiu sua fazenda. Satisfeito e agradecido, construiu na estância a primeira capela dedicada à Nossa Senhora da Conceição.
Simultaneamente, não muito longe dali um casal Ana Rosa e Constantino Xavier, garimpeiros mineiros se mudam para um local próximo ao córrego Barro Preto. Ao mesmo tempo em que Joaquim se instalava e adorava a Santa de devoção.
A vida passa naturalmente. Dois corações em um casal cheio de amor para dar. Apreciam a beleza das águas do córrego Barro Preto.
Um certo dia passeando às margens do curso-d’água em 1843 eles encontraram um medalhão que carregava uma figura.
A imagem? Um ícone, a coroação da Virgem Maria pela Santíssima Trindade. Elucidação do Divino Pai Eterno.
Todos queriam ver e adorar o medalhão.
Rosa e Xavier planejaram construir uma capela. Se esforçaram e com folhas de buriti arquitetaram a ermida para guardar o medalhão, e deixar à disposição de todos.
Foi popularizando.
A pedido do casal, o escultor autodidata Veiga Valle, produziu uma réplica maior do medalhão que já precisava de um lugar espaçoso para receber os adoradores.
Com estilo barroco, foi construída e inaugurada em 1912 a Igreja Matriz de Trindade para receber romeiros em homenagem ao Divino Pai Eterno.
O turismo religioso, faz Trindade ser o município mais conhecido de Goiás e do Brasil, graças a importância cultural e histórica da devoção.
O Museu da memória remonta à história de trindade através de objetos e fotografias e a réplica do medalhão.
Nascida entre a devoção e a religiosidade.
Um dia foi Campinas, Barro Preto, hoje Trindade.
É considerada a capital católica. As novenas têm início nove dias antes do primeiro domingo do mês de julho. Nessa ocasião ocorre a afluência de milhares de turistas e devotos.
A vegetação está inserida no bioma cerrado, onde existem uma das maiores partes de organismos vivos do Brasil. As árvores mais conhecidas são os Jatobás e os Ipês.
A população vive em serenidade. Percebe-se pessoas conversando como em tempos de outrora.
As raízes e as culturas são predominantes de Minas Gerais e Portugal.
As visitações são feitas também na Gruta Nossa Senhora de Lourdes, e outros templos.
Por Goiânia, partindo do Terminal Padre Pelágio, na rua da Esperança de regozijo e conforto aos pés do criador, os devotos percorrem a pé, na Rodovia dos Romeiros um trajeto entre Goiânia e Trindade com destino ao Santuário Basílica do Divino Pai Eterno pagando promessas, pedindo graças, demonstram devoção, e agradecem por bênçãos recebidas.
Os romeiros são de vários estados do Brasil. Ao longo desse trajeto quem opta por fazer a pé encontram no caminho vários marcos culturais ao longo de toda rodovia considerada a maior galeria de arte a céu aberto do mundo.
Osmar Souto, contribuiu com belos painéis que alegram os corações dos motoristas que trafegam por esse trecho do país. Neles contêm cenas da vida de Jesus e a tradição bíblica cristã. Os romeiros que pagam suas promessas param nesses marcos para adorar, descansar e meditar.
O canto do carro de boi é uma das maiores atrações do carreiródromo. Construído anexo ao Parque Municipal de Trindade com intuito principal de receber a maior romaria de carros de boi do mundo. As ruas da cidade já não mais comportavam a quantidade de carros bois. Há quem consegue diferenciar o canto mais bonito, mais alto, mais formoso.
Em tempos de romaria acontece a maior troca de oxigênio entre as pessoas. São milhares.
A fé reina nesse lugar. Aqui encontram-se protestantes, pentecostais. Segundo o último censo, Trindade foi a cidade com maior número de islâmicos.
Na economia, passou pelo ciclo do ouro, agropecuária, agricultura de subsistências e turismo. Destacou também na confecção de roupas e produção de refrescos.
Trindade, tombada como patrimônio cultural material nacional, um clima tropical e uma altitude de setecentos e cinquenta e seis metros, exala, esparge e ateia, amor e fé.
Luís Eduardo Magalhães, Bahia – Brasil, 02 de janeiro de 2022.
Celma Pinto dos Santos Póvoa
Muito lindo! Parabéns!