Me sentava na varanda, café no bule.
As portas abertas e uma ciranda,
De lá avistava brincadeira de criança
Amarelinha, Telefone sem fio,
Pega-Pega, Boca de forno.
Quem dá mais ganha um bolo.
Feito a lenha e o vento soprava o fogo.
Meu anelzinho passa, passa.
Quero a honestidade desse tempo
Anseio pela a esperança e a alegria
Naquele tempo não tinha vida vazia
A diversão, tinha sabor de pão
A palavra era um aperto de mão
O medo era, homem do saco e o boi da cara preta
Que também acalentava com um canto de ninar.
O que aconteceu com a gente?
Muro de ferro,
Cada vez mais forte,
Porta fechada. Onde foi?
Quando foi? Que tudo virou e transformou?
O tempo mudou,
A internet chegou
A brincadeira mudou
A tecnologia avançou
O cérebro parou,
A Praça é Nossa espalhou
Do banco se levantou
Ganhou mundo e virou
Tik Tok e alastrou.
Todo mundo faz piada
Cada um do seu jeitão, mundo girou
E o tempo de tela aumentou.
Hora de uma reflexão.
Luís Eduardo Magalhães, Bahia, Brasil 20 de abril de 2024.
Celma Pinto dos Santos Póvoa
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