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  • Foto do escritorCelma Pinto S Póvoa

Etnomatemática Crônica

Atualizado: 29 de nov. de 2021


Etnomatemática


É uma ciência?


Matemática vivenciada na prática por pescadores, pedreiros, carpinteiros, costureiras, comerciantes ambulantes, pintores.

Utilizam para classificar, ordenar e medir.


Tendências naturais forçadas pelas necessidades diárias, na solução de problemas e atividades do dia a dia.


É uma construção histórica e política. Compreender, valorizar a existência da matemática vivenciada na prática de profissionais como pescador que trabalha sozinho ou conta com mão de obra de familiares.


Nessa empreitada, computa com a grandeza de medida do vento e com as marés. A criação da rede de pesca em malhas vazadas fabricadas pelo pescador é etnomatemáticamente calculada e transferida entre gerações.


Como o conhecimento é gerado?


Organização. O convívio com a natureza, a tradição como esse conhecimento é contemporizado. Intelectualmente, socialmente passado de pai para filho.

É um enfoque histórico cultural.


Nessa abordagem, Mellin-Olsen, em 1986, chama de Matemática Popular aquela desenvolvida no dia a dia e que pode ser ponto de partida para o ensino da matemática dita acadêmica. Leia mais em http://www.ufrrj.br/leptrans/arquivos/etno.pdf.


As diferentes culturas têm múltiplas formas de transformar esse conhecimento em renda. Assim trabalha com o conceito matemático.


Um certo dia, um pescador ao final da tarde sentou-se embaixo de uma árvore em uma sombra maravilhosa. Ali ele olhava o tempo. Sabia observar as fases da lua. Não tinha dúvida. Só ia pescar na estação certa. Depois de algum tempo, chegou para conversar, um alfaiate, que morava próximo.


Costumado fazer roupas sob medidas para o gênero masculino como blazers, ternos, coletes, calças. Coletava as medidas, oferecia opções de tecidos e realizava a meticulosa tarefa de corte e costura das peças. Saiu para conversar um pouco.


- Boa tarde! - disse o alfaiate.

- Boa tarde! - respondeu o pescador.

- Sente-se. Aí tem cadeira.

- Vou te contar como foi minha pescaria.

- Verdade. Eu costurei, como nunca essa semana. - Falou o alfaiate.

- Pesquei muito! - O peixe estava em cardume.

- O tecido está caro. Fui comprar têm muito tecido, mas tudo caro.

Gesticulando, conversaram por muito tempo.


O filho do Alfaiate que estava brincando com bolinha de gude, próximo, percebeu que os velhos senhores estavam surdos.


Percebeu que eles divertiram conversando, mas não trocaram ideias do mesmo assunto.

Percebeu também que precisava estar mais próximo do seu pai na confecção.


Feliz com a dedicação do filho de aprender, o pai foi carinhosamente ensinando e passando suas técnicas de medição, corte e costura. Alfaiataria.


Luís Eduardo Magalhães, Bahia - Brasil, 18 de julho de 2021.


Celma Pinto dos Santos Póvoa






Leitura

http://www.ufrrj.br/leptrans/arquivos/etno.pdf


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