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  • Foto do escritorCelma Pinto S Póvoa

O ENTREGADOR DE FLORES

Atualizado: 29 de mai. de 2022






Dona Milu é uma senhora simples que vivi com o esposo em um sítio próspero. Em volta têm belos jardins. Sua filha mora na cidade.


Vive uma vida tranquila, alimenta do que planta observa o tempo. Sabe quando vai chover pelas observações.

Dona Milu, planta hortaliça próximo ao rio e com isso ajuda na despesa. Seu esposo cuida das grandes plantações, dos animais e a segurança da família. São felizes. Para chegar ao rio, passa por um caminho estreito feito de pisada humana.


Ao entardecer, contemplam o pôr do sol em frente à casa. Falam dos acontecimentos vivenciados. Moram ali a décadas e sempre tem novidades para dividir um com o outro. Compartilham as experiências como dominar os animais, extrair o néctar das flores e óleos naturais. Tudo isso sem muita tecnologia.

Depois de uma boa prosa se agasalham felizes para dormir. Chovia lá fora! O vento sacodia o telhado, promovendo o fim das chuvas.


O início das secas faz Dona Milu pegar o balde, com ele, carrega água do rio para irrigar as hortaliças.


Dona Milu saiu em direção ao rio. Molhou as plantas, cuidou, adubou. Voltava para casa...


Despertou sentada em uma cadeira na sacada de um prédio. Tinha um olhar melancólico, triste, profundo. Angustiada não entendia o que estava acontecendo com ela e não conseguia falar.


Ficava na companhia da neta. Tata uma menina cuidadosa e observadora. Tata, apreciava observar as reações da avó. Depois do café da manhã se preparava para colocar dona Milu na sacada do prédio.


Era o melhor lugar para receber o sol e ar puro. Obedecendo ao pedido de sua mãe cuidava direitinho.


Em um ângulo da sacada dona Milu percebia a rua. Distraia olhando o movimento. Se emocionava sempre que um buquê de flores era entregue a um motoboy. Havia uma floricultura em frente.


Dona Milu sorria e entristecia em seguida. Era uma mistura de tristeza e alegria ao mesmo tempo.


Ao chegar pela manhã os motoboys estacionavam as motos na transversal da via. Quando a floricultura abria eles começavam a entregar flores, e mais flores.


A observação da neta levou a questionamentos! Já sabia que as emoções manifestavam sempre que iniciavam a entrega das flores.


Tata não ouvia a voz de dona Milu. Ela não conseguia falar mas entendia as coisas.

Foi inevitável. A menina inteligente conversou por muito tempo...discorria com sabedoria seus conhecimentos sobre a profissão do motoboy para avó.


Explicou que é uma profissão regulamentada na primeira década do século vinte e um. Eles têm proteção de Deus. São batalhadores, cuidadosos e unidos. É um profissional que transporta pessoas e objetos e com muita maestria também entrega flores... São indispensáveis.


Percebeu que a vó ficou feliz com o que ouviu. Tata queria entender mais sobre o que aconteceu com dona Milu.

Em uma manhã ensolarada, as duas observam o motoboy trazendo um senhor com um lindo buque de flores naturais as mais lindas rosas já vistas. Era o esposo de dona Milu.


Seu coração batia forte, dona Milu não acreditava no que via. Sentiu a melhor sensação já vivida. Começou a sorrir.


Com o coração radiante de felicidade dona Milu recebeu as flores.


Tata perguntou:


-Porque minha vó ficou assim?

-Ela ficou assim porque um certo dia quando voltava do rio encontrou de frente com um garoto que driblou a segurança do pai.


-O dono do Laticínio da região comprou uma moto para serviços de entrega de leite. O rapaz saiu em disparada e em uma curva de chão encontrou Milu.


-O balde estava na cabeça. Depois a cabeça estava no balde.


-Não entendi ainda, disse Tata.


-O balde que estava acima da cabeça se encontrava à altura dos pés. Com o impacto cai primeiro. A cabeça dela bateu fortemente no balde cheio de água.


-Pesado, serviu de barreia, evitando um arremesso maior. Mas causou trauma.


-Não foi mera coincidência. Eu escolhi chegar com o entregador de flores. São essenciais.


-As inquietações traziam lembranças de quando passava parte do dia por entres os jardins colhendo néctar de flores para aromatizar nosso ninho de amor.

-Ufa! Agora sim eu entendi.


-Que bom! Ela voltou a falar.

E vocês continuarão felizes para sempre.


Antes de ir embora dona Milu foi ate a rua e em versos...disse: Como as dunas que são feitas de grãos de areia; Como os ventos que sopram os oceanos e lua cheia; Quão tamanho e quantidade são os agradecimentos aos entregadores de flores.


Luís Eduardo Magalhães BA, Brasil. 30 de maio de 2020

Celma Pinto dos Santos Póvoa





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